Alta de casos cria risco de nova onda de Covid-19 nas festas de fim de ano, alerta a Saúde

26/10/2023 13H23

Curitiba registrou, de 18 a 24 de outubro, média de 282 novos casos de Covid-19 por dia. Há apenas duas semanas, de 4 a 10 de outubro, a média diária era de 157 novos casos, ou seja, quase dobrou.

O número de novos casos de Covid-19 sobe dia a dia enquanto a taxa de vacinação segue baixa. Como resultado do índice pequeno de adesão à vacina bivalente (28,5%), o risco de uma nova onda aumenta e a proximidade das festas de fim de ano coloca as autoridades em alerta.

“Não se trata de fazer alarme, mas de falar claro: a vacina ajuda na proteção coletiva. Se pouca gente se vacina, a proteção coletiva diminui”, afirma a secretária municipal da Saúde, Beatriz Battistella.

Os números tornam-se preocupantes comparados à primeira semana de agosto, quando foram registrados 194 novos casos entre os dias 2 e 8.

Dois meses e meio depois, a cidade registra 10 vezes mais novos casos de Covid-19 em apenas uma semana: foram 1.977 entre 18 e 24 de outubro, com seis mortes. Curitiba tem, neste momento, 1.629 casos ativos.

Paraná

Este movimento de alta de casos novos não está restrito à Capital. O boletim semanal da Covid-19, divulgado pela secretaria estadual da Saúde (Sesa) na segunda-feira, também mostrou avanço no número de casos de Covid-19 a partir de junho, no Paraná. Em outubro, em 23 dias, foram confirmados 6.421 casos, número mais expressivo desde maio, com 6.462 diagnósticos positivos no mês inteiro.

O secretário da Saúde, Beto Preto, observa que os dados batem com outro índice que pode estar diretamente relacionado: a constante queda na procura pela vacina contra a doença. “A falsa sensação de segurança das pessoas que tomaram uma ou duas doses e não completaram o esquema vacinal pode ser a oportunidade de o vírus voltar”, alerta o secretário.

População deve retomar hábitos de prevenção

A lenta, porém, consistente alta do número de infectados pela vírus da Covid-19 em Curitiba pede atenção e cuidados conhecidos na pandemia, como evitar lugares fechados com grande concentração de pessoas e uso de máscaras em caso de sintomas respiratórios.

O Secretário de Estado da Saúde, Beto Preto, lembrou que o aumento no número de casos pode estar ligado à falta de cuidado quando há sintomas e suspeita de vírus.

“No auge da pandemia reforçamos cuidados básicos como higienização das mãos, uso de álcool em gel e até mesmo a utilização da máscara e distanciamento físico em casos sintomáticos. Hoje essas medidas deixaram de ser adotadas”, afirmou.

No momento, as autoridades da saúde ainda não devem retomar as exigências, como obrigatoriedade do uso de máscara, mas recomendam os cuidados necessários, especialmente para quem tiver sintomas.

“Em relação à Covid-19, voltamos a convocar os moradores de Curitiba para tomar as vacinas, além das doses de reforço e bivalente, e manter sua proteção”, recomenda a infectologista Marion Burger, do Centro de Epidemiologia da SMS.

Vacinação

Procura por dose de reforço está baixa em Curitiba e no Paraná

Em Curitiba, a taxa de vacinação da bivalente estava até a semana passada em 28,11%, ou seja: alcançou 424 mil pessoas em um universo de 1,5 milhão elegíveis para imunização. O resultado da baixa procura tem aparecido pouco a pouco no painel de monitoramento.

De acordo com o Vacinômetro Nacional, desde 2021 o Paraná aplicou 29.495.837 vacinas contra a Covid-19, mas o número de doses administradas tem caído continuamente durante este ano. Em janeiro, o Estado registrou 199.704 doses aplicadas (quase 90% abaixo do mesmo período em 2022, com 1.961.945). Em maio, este número reduziu para 71.914 (87% abaixo de maior de 2022, com 559.133) e em outubro, até agora, para 25.351.

A vacina bivalente, disponível para toda a população adulta acima de 18 anos, também não teve a adesão esperada. Dentre os mais de 9,7 milhões de paranaenses estimados pelo Ministério da Saúde como público-alvo, apenas 1.655.756 se vacinaram.

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