Empresária do Paraná tem convulsão e perde a memória temporariamente depois levar choque em cabo de carregador: 'Quase morri'

28/10/2025 14H55


Juliana Roncaratti, de Londrina, no norte do Paraná, sofreu um choque elétrico ao tentar usar um carregador de celular. Empresária e psicóloga, ela teve perda de memória temporária, convulsão e ferimentos pelo corpo. No vídeo acima, assista ao relato e ao alerta dela.

O acidente aconteceu no dia 18 de outubro. Juliana explicou que, na ocasião, estava em um hotel de Florianópolis (SC) para participar de um evento da própria empresa. Depois de tomar banho e descalça, ela foi ao quarto e tentou ligar o celular no carregador. Porém, o conector se desencaixou.

Em um impulso, ela tentou recolocá-lo no cabo - que não era o original do celular.

"O cabo ainda estava conectado [na tomada]. O que eu lembro era o choque muito forte", a empresária contou.

Com o choque de 220 volts e a contração muscular que ele causou, Juliana bateu o rosto contra a parede. Em seguida, teve convulsão e caiu, batendo a cabeça contra o chão.

A sócia de Juliana estava no local e ouviu o grito da amiga. Foi ela quem realizou os primeiros socorros e pediu ajuda à equipe do hotel e ao Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu).

"O que eu lembro é da hora que eu abri o olho, o quarto estava cheio de gente. [...] mas eu não estava reconhecendo eles. Então, eu não conseguia saber onde eu estava, não conseguia saber quem eu era, não conseguia falar, não conseguia é nada", Juliana explica como foi.

Na ambulância, a equipe médica fez perguntas simples para entender como estava a memória de Juliana. Contudo, ela não conseguiu responder.
A memória da psicóloga voltou totalmente em seis horas.

Juliana, que tem 40 anos, machucou o lábio e partes do rosto com o impacto na parede. Com a queda, um corte se abriu atrás da cabeça dela.

"Eu quase morri", disse Juliana.

Uma semana após o acidente, ela está em casa, em Londrina, e permanece com dores pelo corpo devido à convulsão. Ela também está em tratamento com um neurologista, e deve tomar por um mês um medicamento anticonvulsivante.

Os exames não detectaram sequelas.
"O alerta é que a gente não minimize às vezes os riscos que estão no nosso dia a dia, que estão em cada tomada, que estão, às vezes, em a gente manusear uma faca, em a gente dirigir mexendo no celular. Porque o pior pode acontecer. Esse choque, ele poderia ser fatal. Todos os médicos falaram isso", a empresária relatou.

O que pode ter causado o acidente

A Associação Brasileira de Conscientização para os Perigos da Eletricidade (Abracopel) explicou o que pode ter causado o acidente de Juliana.

Conforme Edson Martinho, engenheiro eletricista e diretor-executivo da Abracopel, os carregadores de celular são feitos para transformar tanto 127 volts ou 220 volts em 5 volts, que é a tensão correta para a bateria do aparelho. Se o carregador apresentar uma falha, ele pode entregar os 220 volts, por exemplo.

"Isso acontece mais com frequência quando é carregadores não originais", Martinho destacou.

A provável causa, de acordo com a análise do profissional, é de que o carregador tenha falhado e, com a peça desencaixada, Juliana relou na parte energizada. A reação foi potencializada porque a empresária estava descalça.

Orientações

O engenheiro eletricista reforça que reparos em aparelhos não devem ser com eles conectados à tomada ou a uma extensão. No caso da extensão, a pessoa deve verificar, antes do uso, se não há fios partidos ou soltos.

"E sempre usar o celular com ele fora do carregador. Nunca com o carregador. Porque se numa situação dessa acontecer uma falha, você está transferindo os 220 volts ", explicou.

Por G1PR

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