O influenciador paranaense Eduardo Felipe Campelo, suspeito de lesar vítimas por meio do Jogo do Tigrinho, plataforma online de jogos de azar, está foragido em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, segundo a Polícia Civil (PC-PR).
Um cartaz de procurado com nome e imagem dele foi divulgado pela polícia. Pelas redes sociais, o suspeito tem divulgado fotos e vídeos no país, inclusive fazendo propaganda do jogo.
Campelo e outros dois influenciadores da região de Curitiba são suspeitos de movimentar pelo menos R$ 12 milhões de reais com a plataforma de apostas. Na investigação, a polícia apura crimes de estelionato, organização criminosa, lavagem de dinheiro e crime contra economia popular.
Além de entrar na lista paranaense de foragidos, a Polícia Civil pediu a inclusão do nome de Eduardo Campelo na Interpol, a Organização Internacional de Polícia Criminal, em tradução livre.
Na manhã de segunda-feira (13), a polícia prendeu os influenciadores Gabriel Barbosa Vieira e Guilherme de França Abreu, suspeitos de integrarem o esquema com Campelo.
Também na operação de segunda, a esposa de Gabriel, um dos influenciadores investigados, também foi alvo de mandado de busca e apreensão por divulgar o esquema do jogo de azar.
Conforme apuração da RPC, foram apreendidos com os alvos mais de R$ 12 mil em dinheiro vivo, três carros, uma motocicleta e celulares nos endereços em Colombo e Fazenda Rio Grande, na Região Metropolitana da capital (RMC).
De acordo com a polícia, para atrair mais jogadores, os suspeitos postam vídeos em que ganham uma aposta atrás da outra no jogo, mas segundo a polícia, tudo não passa de encenação.
O advogado Jackson Balls, que defende os influenciadores, avaliou os pedidos das prisões como ilícitos. Afirmou, também, que no caso de Campelo, ele foi para Dubai a passeio e tem data para voltar para o Brasil, quando se apresentará à Justiça.
Foragido
Conforme a investigação, Campelo saiu do Brasil sem autorização da Justiça. Em Dubai, além de continuar promovendo o Jogo do Tigrinho, ostenta uma vida luxuosa nas redes sociais.
De acordo com o delegado Tiago Dantas, se ele for encontrado pelas autoridades no país, pode ser extraditado.
"Esse mandado de prisão demanda de uma cooperação jurídica internacional entre os dois países. Dubai possui um acordo com o Brasil e assim que ele for preso, será colocado à disposição da Justiça do estado que ele se encontra e ali é feita toda a documentação para realizar a extradição, e ele retornar ao Brasil na condição de preso e responder na justiça" , disse
Investigados em outras operações
A primeira fase da operação contra os três influenciadores começou em novembro de 2023.
Na época, a polícia apurou que os suspeitos realizavam rifas de carros e valores em dinheiro em perfis de redes sociais. Em troca de participação dos sorteios, as vítimas depositavam um valor em dinheiro, mas não recebiam os prêmios.
Na primeira operação, a polícia mostrou que os envolvidos exibiam uma vida de luxo nas redes sociais. Segundo a polícia, as gravações serviam como atrativo para que mais pessoas aderissem ao jogo.
A primeira fase da operação, em novembro de 2023, apontou que Eduardo Campelo era o mais influente divulgador do esquema. Na época, em uma rede social, ele tinha 500 mil seguidores, muitos, conforme a polícia, enganados com a promessa de ganhar dinheiro fácil.
Atualmente, um dos perfis ativos dele soma 118 mil seguidores.
No começo de dezembro de 2023, a polícia deflagrou uma segunda operação, mas na ocasião não houve prisões.
Apesar de terem sido liberados pela Justiça, houve determinação legal para que os suspeitos parassem de divulgar o jogo e proibição, também, para que não viajassem sem autorização. Contudo, conforme a polícia, as medidas foram descumpridas, o que desencadeou a operação de segunda-feira (13).
O que é o Jogo do Tigrinho
De acordo com a Polícia Civil, o Jogo do Tigrinho funciona como um caça-níquel online. A pessoa baixa o aplicativo, faz um cadastro e inicia as apostas.
Quanto maior o número de cadastrados, mais dinheiro os divulgadores do esquema ganham, de acordo com a polícia.
Informações: G1PR
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